MOM 2016 TOP30 - Parte 5/6

By Guzz69 - fevereiro 06, 2017

10


O PONTO NULO NO CÉU é uma jovem banda Catarinense que pratica uma sonoridade abrangente dentro daquilo que se convencionou chamar de Nu-Metal na década de 90, fundindo elementos do hip hop e funk em canções pontuadas pela alternância entre linhas melódicas suaves e envolventes, a intensidade de riffs de guitarra down-tuned, e uma secção rítmica variada e em perfeita coesão. Bandas como Linkin Park, Incubus, P.O.D. e até Korn são boas referências da vertente aqui apresentada, muito embora não delimitem sua criatividade. Os registros vocais são bem variados e adequados aos diversos estados de espíritos propostos por suas canções, ora declamados em jeito RAP, ora gritados a pleno pulmões. As letras em Português também são destaque, pois tratam de problemas sociais e existênciais, propondo a reflexão, mudanças de atitude, e a busca de soluções. Tal com o título do álbum parece indicar, Pintando Quadros do Invisível é um fiel retrato de uma banda em busca de sua própria identidade, ansiosa por um mundo melhor ainda que imersa numa realidade conflitante e por vezes surreal.

09


Vira e mexe surge uma nova banda que resgata aquele blues rock setentista inspirado em bandas como Led Zeppelin, tornando-se inevitável as comparações com Janis Joplin, quando a mesma é liderada por uma voz feminina. Depois da revelação Suéca Blues Pills de uns anos atrás, parece que chegou a vez dos Norueguêses PRISTINE. O grupo foi formado em 2006, e é liderado pela vocalista Heidi Solheim. Reboot é o terceiro trabalho de estúdio de sua carreira, e conta com 10 canções de uma simplicidade estonteante, pontuadas por performances emotivas e energéticas da ruiva. O carro chefe é o tema de abertura Derek, mas há muito mais por (re)descobrir por aqui. No geral trata-se de um álbum simples, mas variado e muito bem conseguido; um refrescante retorno ao passado que já lhes valeu um contrato com a Nuclear Blast. Se o objetivo é resgatar a essência do rock, e do blues, então o quarteto está no caminho certo. A popularidade há de vir cedo ou tarde, pois felizmente essa tendência retrô insiste em persistir.

08


Mais uma grata surpresa nacional, o RECKONING HOUR é um quinteto oriundo do Rio de Janeiro na ativa desde 2012. Lançaram o EP Rise of the Fallen em 2013, e mais recentemente Between Death and Courage, sua estréia em longa duração. A sonoridade do grupo pode ser descrita como um mix de Death Metal Melódico com Metalcore, ou simplesmente Deathcore Melódico. O registro vocal de J.P. é sem dúvida o grande destaque pois é bem diverso em todas as músicas, indo do gutural ao gritado sem grandes dificuldades, e com registros "limpos" e melódicos sempre presentes, balanceando bem as composições, e sem saturar em qualquer dos extremos. A produção também é ótima, o que torna a audição do disco ainda mais agradável. Os músicos são tecnicamente muito bons, e alternam dinâmicas com grande coesão, enquanto riffs perturbadores e solos bem conseguidos abundam nas 12 músicas do álbum. Ao todo são 50 minutos de audição, onde seu ouvido é literalmente devastado por essa avalanche sonora que não deixa nada a dever a bandas como Trivium e Killswitch Engage.

07


O THANK YOU SCIENTIST é um grupo norte-americano de rock progressivo oriundo de Montclair, New Jersey. O septeto surgiu em 2009, tendo lançado um Ep em 2011 e o ótimo debut de 2014. Neste Stranger Heads Prevail o grupo está um pouco menos intenso, abusando (no bom sentido) de mudanças de andamentos, solos, e passagens mais suaves e melódicas. Talvez a grande diferença aqui seja um maior cuidado em termos de arranjos e harmonias vocais. O vocalista Salvatore Marrano é dono de uma voz melódica e convidativa, que apesar de ser muito semelhante ao registro vocal do Claudio Sanchez (Coheed and Cambria), se encaixa perfeitamente na sonoridade "montanha russa" do grupo. Vale lembrar que contam com um violinista, um saxofonista e um trompetista como membros fixos. Dito isso, pode-se esperar canções memoráveis, com um instrumental intrincado típico do jazz fusion, porém com uma acessibilidade pouco comum em termos de rock progressivo.

06


O TREAT é um grupo oriundo de Stockholm na Suécia, que surgiu no boom do Hard Rock da segunda metade dos anos 80. Lançaram 5 álbuns até colocarem um ponto final na carreira em 93 devido a falta de sucesso comercial. Em 2005 a compilação Weapons of Choice é lançada e atinge um supreendente sucesso de vendas a nivel mundial, o que motiva o regresso da banda no ano seguinte. Ghost of Graceland é apenas o segundo álbum desde sua reformulação, mas ouso afirmar que é o melhor de toda a sua carreira. O álbum anterior Coup de Grace (2010) já indicava uma ligeira mudança de sonoridade, mais Melodic Metal e menos Hard Rock, o que neste último trabalho ficou ainda mais evidente. Aqui destilam 12 temas em mid-tempo pra lá de orelhudos e com uma produção cristalina digna de nota. Da formação original apenas se encontram o vocalista Robert Ernlund e o guitarrista Anders Wikström, sendo o baixista Pontus Egberg a única novidade na atual formação. Um álbum altamente recomendado, principalmente para quem é fã de bandas clássicas como Danger Danger, Europe e Dokken, ou de bandas da nova geração como H.E.A.T., Nordic Union e Eclipse.

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