DĂ©cimo quarto trabalho de estĂșdio do Sepultura, banda sinĂŽnimo de resiliĂȘncia e perseverança na mĂșsica extrema nacional. Com mais de 30 anos de estrada, hoje ostentam o status da banda brasileira de heavy metal mais bem sucedida no globo terrestre. Uma trajetĂłria pautada por grandes desafios, rupturas, polĂȘmicas extra musicais, turnĂȘs mundiais, milhĂ”es de discos vendidos, mas acima de tudo, por uma musicalidade Ămpar, aliada a um Ămpeto descomunal da mente criativa que assumiu para si a responsabilidade de manter o grupo relevante a despeito de qualquer adversidade. Falo Ă© claro de Andreas Kisser, mĂșsico extraordinĂĄrio e alma do Sepultura desde que assumiu o posto de guitarrista em 1987. O passado recente da banda tem sido pautado por discos conceituais ("Dante XXI" baseado na Divina ComĂ©dia de Dante Alighieri, e "A-Lex" inspirado em Clockwork Orange de Anthony Burgess), obras que transpiram a necessidade de desbravar novos territĂłrios, de ir alĂ©m das fĂłrmulas exploradas no passado, e em Ășltima instĂąncia, de propor um olhar artĂstico diferenciado e impactante, sem descurar de sua marca registrada em termos de agressividade e potĂȘncia musical. Os dois Ășltimos trabalhos, "Kairos" e "The Mediator Between Head and Hands Must Be the Heart", foram escritos com inspiração temĂĄtica, mas nĂŁo eram ĂĄlbuns conceituais per si. EntĂŁo como Machine Messiah temos o regresso de uma temĂĄtica central, explicitando a visĂŁo do grupo sobre um tema bem pertinente e atual, no caso, o processo de robotização das sociedades modernas.
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